quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Ansiedade... Muita ansiedade

Decidi que só iria anunciar a minha gravidez à minha família no meu dia de anos, ou seja quando já estivesse com 8 semanas e uns dias.

À mãe dele, padrasto e irmã ainda não sabemos como o vamos fazer, pois vivem fora. Provavelmente uma foto de uma eco ou algo do género e de preferência também pela mesma altura.

O pai dele será pior. Para além de eu já ter percebido que ele detesta criancinhas pequeninas tenho receio que se ponha a contar a outras pessoas e que a ex mulher do namorido e o outro filho dele venham a saber antes do tempo.
Já decidi que ao filho dele só contaremos a partir do momento que souber o resultado da amniocentese. Até lá não quero dizer.

Como nem tudo são rosas, passados 2 dias do positivo tive que ir às urgências da Maternidade Júlio Dinis pois tive uma forte dor nos ovários e pensei que pudesse estar a abortar novamente. Felizmente não!

Não gostei muito do atendimento da médica porque, para além de ser uma miudinha que deve ter saído da faculdade há 2 ou 3 anos, ela achou que eu não devia lá ter ido. Foi pouco simpática e um pouco arrogante.
Quando me começou a examinar mudou de postura, pois viu um quisto num ovário que ela diz não haver problemas, e viu o "corpo amarelo" (ou lá como lhe chamam), mas que esse possuía líquido no seu interior, assim como existia líquido no interior do útero. Pelos vistos pode ser grave. O "corpo amarelo" pode rebentar e daí aparecer líquido (sangue ao que percebi) no útero.
Avisou-nos que há mínima dor teríamos que ir imediatamente às urgências pois teria que ser operada.
Retiraram-me sangue para análise do Beta HCG e para um hemograma. No dia seguinte teria que lá voltar para saber o resultado das análises e para nova examinação.

Já era de estranhar se não tivesse dificuldades também na gravidez, afinal tudo na minha vida é sempre tão difícil...

Mas apesar de tudo saí das urgências mais descansada, pois as dores entretanto passaram e para mim não passou de uma crise de colite espástica que me acompanha há longos anos. E a minha colite dá-me fortes dores nos ovários e barriga.

No dia seguinte voltei à Maternidade e eu já não tinha qualquer dor nos ovários. O Beta HCG deu 1200 e pediram-me para não ter relações sexuais e evitar qualquer esforço. Terei que lá voltar este sábado para verem se já se vê algo mais na eco e não sei se para repetir o Beta.

Entretanto tive que decidir qual o médico particular que me vai seguir. O meu não pode ser pois aposentou-se!
Tenho a hipótese da obstetra que a minha cunhada teve (Dra. Ana Varizo) ou então outro qualquer.
Lembrei-me do Dr. António Barbosa, o médico das consultas de infertilidade. Afinal gostei tanto dele e transmitiu-nos tanta confiança que me pareceu o ideal. Marquei para o Hospital Privado de Gaia para o próximo Sábado também (dia 31).
Pelas minhas contas estarei de 5 semanas e 6 dias e vou rezar para que dê para ver alguma coisa.

Estes dias têm sido terríveis! Para além de ter decidido contar apenas à minha melhor amiga (contei passados 2 dias), coisa que não é nada fácil pois apetece-nos anunciar a toda a gente, o meu pensamento só vai para coisas más. "E se aborto novamente", "E se não existe embrião", "E se é uma gravidez ectópica", "E se o bebé tem alguma deficiência", "e se...", "e se..."
Vivo numa ansiedade permanente! E só espero que a consulta de Sábado com o Dr. António Barbosa dê para ver alguma coisa e que tudo esteja bem!

Caso mesmo para dizer: "Nunca mais é Sábado"!!!

20 de Outubro...

Desde o aborto que o meu organismo mudou. Passei a fazer ciclos maiores, menos certos, a ter imensas dores de barriga, dores no peito entre outros.

No dia 19 de Outubro, dia da nossa primeira consulta de infertilidade, deveria vir-me o período. Se não viesse dia 19 viria dia 20 pela certa.

O médico na consulta do dia 19 perguntou-me quando me viria o período e eu respondi entre hoje e amanhã.
Ele questiona-me se já sinto os sintomas habituais ao que eu respondi afirmativamente. Doía-me a barriga de vez em quando e muito os peitos.

Mas algo no meu interior me dizia que se calhar desta vez seria diferente. Tinha tido uns dias de imensa fome como não me lembro de ter que acabaram por passar, mas deixaram-me a pensar.

Não aguentei. Tinha em casa um teste de gravidez e dia 20 decidi fazê-lo. Não quis fazer em casa... Tinha medo de ter uma deceção e o namorido se aperceber disso. Por isso levei comigo  para o trabalho o dito cujo e na primeira vontade de fazer xixi ia fazer o teste!

Assim foi. Era cerca das 10h15 e lá fui eu cheia de ansiedade e esperanças, pois o período continuava sem vir.
Bastaram uns segundos para perceber que era: POSITIVO!

Nem queria acreditar! Um misto de emoções se apoderou de mim.
Retomei o meu trabalho sempre com o pensamento no positivo.
Não posso dizer que estava feliz. Não estava! Fiquei como que em choque.
Os maus pensamentos vieram logo à cabeça: será que vou abortar novamente?

A minha dúvida agora era se devia contar já ao namorido ou aguardar alguns dias. Aguardar mais alguns dias seria o mais sensato. Não aguentei e decidi que iria contar naquele mesmo dia.

Durante o almoço escrevi, em nome do bebé, uma carta ao papá.

No final do dia entreguei-a. Ele começou a rir-se e percebi que também ele ficou apreensivo.

Conseguimos o nosso positivo!

A primeira consulta de Infertilidade

Dia 19 de Outubro lá fomos nós à consulta de infertilidade do Hospital de Gaia.

Depois de nos terem aberto o processo encaminharam-nos para uma sala de espera onde se encontravam mais 2 casais a aguardar a sua consulta de infertilidade.

Entramos no consultório e eu gostei logo do médico. Tem um ar simpático e meigo e fiquei logo mais tranquila. chama-se Dr. António Barbosa e tenho lido muitas coisas boas sobre ele.  :)

Começamos por contar o nosso historial e apresentamos todos os exames que fizemos até ao momento.
O médico não achou o espermograma muito mau. Diz que o mínimo exigido são 4% e que o nosso apresenta bons valores noutras coisas, tais como a quantidade e a locomoção dos mesmos que também está dentro dos parâmetros.

Começou logo por nos dizer que felizmente têm listas de espera diferentes consoante a urgência do tratamento e no nosso caso a urgência é muito grande pois faço 39 anos no próximo mês e os tratamentos são até aos 40. Assim sendo, disse-nos que para o ano estarei grávida!  :)

Fez algumas perguntas sobre o nosso estado de saúde e decidiu marcar nova consulta já para o início do ano, dizendo que a partir daí iniciaremos os tratamentos. Falou que a FIV é que tem mais sucesso, mas que no nosso caso vamos tentar tudo o resto que pudermos tentar (por exemplo: inseminação) para não se ir perdendo tempo.

Prescreveu-nos análises a mim e um novo espermograma ao meu namorido.
Deu-nos um "consentimento" para lermos em casa e assinarmos levando-o na próxima consulta. Nesse consentimento teremos que escolher quantos embriões estamos dispostos a que me coloquem dentro de mim em cada tratamento.  :)

Devemos ter estado lá dentro cerca de 1h, mas não pareceu nada. O médico é super simpático, brincalhão, meigo e otimista! Não podia ter sido melhor! ADOREI!  :)

Saímos de lá cheios de esperanças à espera que dia 11 de Janeiro chegue rápido!  :D

Até lá continuam os treinos! ;)